quinta-feira, 22 de março de 2012

Verificando o nível d'água...

Piadinha imperialista

Dois esqueletos, um americano e um cubano, encontram-se. O cubano diz ao americano, com admiração: - Rapaz, que esqueleto tão baril: grande, forte, de ossos grossos e brancos, um tremendo esqueleto! O esqueleto americano responde: - É que eu comi muita carne, tomei muito leite, muitas vitaminas. Mas, olhe, você ê, para um esqueleto cubano, até não está nada mal. Você tinha direito a alguma quota especial de comida quando estava vivo? - Não, não. Eu ainda estou vivo!

Bem bolada, mas...

Massa não curtiu isso

Agora vai....Troll Animal que muita gente não conseguiu ver ontem...


 
Cyber Troll



La Guerra de Los Sexos


Tarefa Trivial


Mulher de 30



Falando em eternas e insuportáveis cobranças da sociedade....
 
Ditadura da Magreza Level Surreal



Sensual Seduction



Hipóteses 


Verificando o nível d'água... 


Ufa! Isso eu sei fazer... 


Faz parte da condição masculina enfrentar os perigos de cabeça erguida e olhos fechados


EU E ela voltávamos de nossa primeira viagem juntos, um fim de semana em Ubatuba. Vínhamos saindo havia dois meses, mas o jogo nem de perto estava ganho: a moça era dura na queda e, apesar de dar alguns sinais de interesse, ainda não parecia convencida de que eu fosse um bom investimento a longo prazo.

Paramos para abastecer e resolvi calibrar pessoalmente os pneus -menos por necessidade do que pelo gesto, que a meu ver envolvia certo charme viril. Acho que não preciso dizer, mas um cara que vê na calibragem dos pneus uma atitude máscula está mais para um Woody Allen do que, digamos, para um John Wayne. Agachado ali, contudo, sentia-me um cowboy a ajustar as ferraduras de meu cavalo e quase mascava um fumo imaginário. Minha panca, infelizmente, foi pra cucuia assim que, temeroso, ouvi a garota perguntando: "Você não quer dar uma olhada na água?".


Veja: eu não poderia jamais "dar uma olhada na água", pois não tinha a menor ideia de onde ficava a água, para que servia a água e, mesmo que a encontrasse, seria incapaz de avaliar se o nível estava alto, baixo, certo ou errado. A pergunta, no entanto, trouxe-me a incômoda suspeita de que ela estivesse acostumada a sair com caras que sabiam "dar uma olhada na água". Marlon Brandons em "Um Bonde Chamado Desejo", de calça jeans e camiseta justa, que voltavam pro carro limpando as mãos num pedaço de estopa e acendendo fósforos na sola da bota. De modo que só me restou fazer uma cara de profissional e responder, resoluto, "claro!", já abrindo o capô.


Depois de angustiantes segundos perscrutando o labirinto do motor em busca de alguma pista, finalmente encontrei algo que parecia auspicioso: uma tampinha sobre um pequeno galão, com um desenho que se assemelhava a um regador de jardim. Do bico da figura, um líquido gotejava. Ora, o que seria aquilo senão água? Como ao lado da bomba de gasolina havia um regador, muito semelhante ao do desenho, fiz a óbvia conexão mental, enchi o troço até a boca, desrosqueei a tampinha e entornei uns cinco litros pelo orifício.

Só na estrada, já subindo a serra, é que a brotoeja da dúvida começou a coçar. E se aquele galão não fosse o lugar da água? Mal a questão surgiu e descobri aterrorizado a resposta, na forma de um pequeno luminoso no painel: o mesmo regadorzinho do motor, mas, dessa vez, com legenda: óleo.

E aí? Assumir o erro era impensável. Não queria, de forma alguma, que minhas últimas palavras para aquela bela moça fossem "Desculpa, reguei o motor. Acho melhor chamarmos um guincho". O jeito era seguir em frente. E foi o que eu fiz, até que, duas horas depois, graças a Deus -e aos engenheiros da Ford, a quem mando aqui meus sinceros cumprimentos-, chegamos a São Paulo.


Imagino que tenha corrido o risco de ficar pelo acostamento, quem sabe até de fundir meu carro, mas não me arrependo: faz parte da condição masculina enfrentar os perigos de cabeça erguida e olhos fechados. Mesmo aqueles perigos que nós mesmos, por conta de nossa obtusa hombridade, nos metemos. E, convenhamos, valeu a pena: hoje a moça mora comigo e somos felizes - ou pelo menos éramos, até a publicação desta crônica.


antonioprata.folha@uol.com.br

@antonioprata

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